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Havaí secreto

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Ilha de Maui

Topo do Haleakala

Na ilha de Maui reserve um dia para acordar as 3:30 da manhã. É cedo, mas vale o esforço. Vista seu melhor casaco (é frio mesmo, acredite), luvas e cachecol e por cerca de 90 dólares empresas como a Roberts Hawaii oferecem um passeio -que inclui café da manhã- até o alto do vulcão inativo Haleakala. O percurso de ônibus até o cume leva duas horas, e as 5:30 da manhã dezenas de pessoas posicionam-se diante de um horizonte de nuvens para ver o nascer do sol na paisagem vulcânica. Inesquecível.

Percurso para Hana

Road to Hana

Ainda em Maui, separe um dia todo para percorrer a estrada de Hana no extremo leste da ilha. Ali, dizem os havaianos, o caminho é o destino, ou seja, a ideia é aproveitar a paisagem da própria estrada durante 8 horas de passeio. O percurso para Hana é sinuoso e entre as mais de 600 curvas e centenas de pontes é possível ver cachoeiras, praias e falésias à beira mar. Se for de carro, lembre-se de abastecer antes de sair pois não há postos de gasolina no caminho.

Molokini

Ilha de Molokini

Mergulho em Molokini

Quem gosta de mergulhar vai adorar explorar a cratera de um vulcão submerso já extinto que fica a 3km ao sul do litoral da ilha de Molokini. Os tour saem de Lahaina ou Ma‘alaea e só podem ser realizados por empresas cadastradas como a Pride of Maui - www.prideofmaui.com, que oferece opcões de passeios que custam por volta de 100 dólares.

Kilauea - Caldera

Kilauea - Caldera

Parque Nacional dos Vulcões

Quem vai a Big Island não pode deixar de percorrer os133.551 hectares do Parque Nacional dos Vulcões. A não ser que você seja um sujeito de sorte (ou azar) vai conferir vulcões ali em erupção com lava escorrendo das crateras. Mas mesmo assim, o passeio vale a pena. É lá que fica o Kilauea, um dos maiores vulcões em atividade hoje no mundo. O percurso mais simples que pode ser feito em 3 horas é o que começa ao norte, na Crater Rim Drive, que tem 17km, circunda a cúpula  do vulcão e atravessa uma paisagem desértica e uma floresta tropical. No caminho, faça paradas no Lava Tube, um túnel esculpido pela lava sob o solo, nos Sulphur Banks e Steam Vents, onde é possível seguir trilhas de fumaça e vapor de enxofre, e na Halemaumau crater, conhecida como o lar de Pele, a deusa dos vulcões. O Parque fica aberto 24h e uma das atrações é uma luz avermelhada que só pode ser vista de madrugada sobre a cratera do Kilauea, o chamado glow do magma que fica lá dentro. Vale investir em um guia que conheça a vegetação da região pois há diversas lendas que falam sobre as plantas locais.

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Manaukea

Pôr-do-sol no Maunakea

Outra atração gelada é conferir o pôr-do-sol no alto do vulcão inativo Maunakea, cujo cume fica a 4,200m acima do nível do mar e o oxigênio fica rarefeito. O local é um dos melhores locais do planeta para observação de estrelas e por isso abriga um observatório de astronomia. Dica importante: se for tentar o passeio alugue um veículo 4x4 porque a estrada não é simples e dependendo da época do ano o turista enfrenta neve por ali.


O surf de Serginho Laus na baan, a pororoca da Índia

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Kenyu Takahashi

Serginho Laus, um dos maiores nomes de surf de pororoca do mundo, rasgando a onda mais perfeita registrada na expedição, no rio Hooghly, em Calcutá

Serginho Laus rasgando a onda mais perfeita registrada na expedição, no rio Hooghly

Em pleno século 21, ainda existem ondas perfeitas quebrando sozinhas, sem nenhuma prancha por perto. E não estão (apenas) em lugares desertos, isolados, com água clara, areia branca e fundo de coral. O cenário pode ser completamente oposto – o que nos faz pensar (e crer) que nós, surfistas, vivemos em busca de explorar cada vez mais novos caminhos na intensa caça da onda dos sonhos.

Essa história começou há 15 anos quando fui para a Amazônia investigar a tão temida quanto desconhecida onda da pororoca, nome da onda de maré brasileira (tidal bore), que significa "destruidor, grande estrondo" na língua indígena. Esse fenômeno me impressionou: como era possível uma onda tão perfeita e longa (adentrando o rio por mais de 1 hora de duração) num ambiente daqueles, selvagem e desafiador? Ali, descobri um universo até então desconhecido para mim (e um novo momento na minha vida de surfista profissional tinha início), a do surf de maré. 

Maré do século
O surf nas ondas de marés começou na Inglaterra há mais de 50 anos. A prática acontece sempre nos períodos de lua cheia e nova, quando temos uma ação gravitacional da Lua e do Sol maior na Terra (quando a Terra e a Lua estão alinhadas com o Sol). É um fenômeno que pode ser visto apenas em alguns rios do mundo, aqueles com relevo apropriado e grande variação de marés. A tarefa exige muito conhecimento não somente como surfista, mas também na arte de entender o movimento dos astros e da natureza. Até o momento em que escrevo este texto, acumulei mais de 120 expedições na Amazônia, três na China e outras tantas em lugares como França, Inglaterra, Indonésia e Alasca.

Kenyu Takahashi

Serginho Laus acompanhado por Everaldo

Serginho Laus, acompanhado por Everaldo ''Pato'' Teixeira, a caminho do Ganges

Após 15 anos de aprendizado, a Índia seria meu próximo alvo. Nos estudos e registros bibliográficos, sabíamos que existia uma onda de maré no segundo país mais populoso do mundo. Mas não tínhamos nenhuma referência de imagem, nada. Nesse momento entrou em cena um outro surfista de maré e explorador de novas ondas: o francês Antony "Yep" Colas. Yep decidiu olhar de perto o rio Hooghly, na cidade de Calcutá, e ver se um dos afluentes do rio Ganges poderia formar uma onda de maré surfável. Em 2014, o ato foi consumado por Yep junto com o francês Gaetan Sene e o inglês Steve Hunt, outros experientes surfistas de maré. Ao ver a onda de maré indiana, Yep disse: "Essa onda é muito rápida. Uma mistura de Brasil, Indonésia e China. Os canais são fundos, trata-se de uma onda bastante volumosa".

Essa notícia me deixou empolgado. Queria organizar uma jornada em busca dessa onda perfeita. E tudo parecia estar conspirando a favor. Em março, um alinhamento perfeito dos astros geraria a maré do século. A lua nova teve as forças extras de uma superlua (fenômeno em que a Lua fica mais próxima da Terra, aumentando a ação gravitacional em nosso planeta), de um eclipse solar e do equinócio (alinhamento de Sol, Terra e Lua, quando o dia tem a mesma duração da noite). Com esses fatores, praticamente todas as ondas de marés do mundo ficariam intensas, sobretudo a baan, como é chamada a onda de maré da Índia. Ela estaria com força e volumes fortes, ideais. 

Kenyu Takahashi

O rio Hooghly, em Calcutá: água suja e poluição

O rio Hooghly, em Calcutá: água suja e poluição

Cascatas de esgoto
Prevendo condições extremas, reuni surfistas com certa experiência no assunto e uma equipe multimídia para encarar e encontrar novas ondas no rio Hooghly. Antony "Yep" Colas tinha que fazer parte desse time, pois era quem conhecia o local. Também foram convocados Masatoshi Ohno, surfista de alma, e o brasileiro surfista de ondas grandes Everaldo "Pato" Teixeira, meu parceiro para as condições mais extremas, que poucas pessoas topariam encarar.

Como a correnteza do rio Hooghly é muito forte, lanchas com motor 40 HP não teriam velocidade suficiente para fugir da onda com uma tripulação a bordo. Em Calcutá, não há embarcações apropriadas para essa operação, o que obrigou nossa equipe a ir rumo a Mandarmari, no litoral indiano, à procura de lanchas e jet skis com especificações seguras para executar a operação. Lá, conseguimos os equipamentos. Com o auxílio do nosso amigo e guia local Sanjeev, planejamos uma operação de guerra para transportar duas lanchas e um jet ski para a nossa cidade-base, Calcutá.

Durante o primeiro mapeamento daquelas águas, nossa primeira provação foi encarar um rio totalmente poluído, com cascatas de esgoto e muito lixo. Ficamos assustados com imensa pobreza e chocados com as condições daquele local. Sem falar que as chances de contrair sérias doenças em contato com a água eram grandes.

Kenyu Takahashi

Momentos de preparação para encarar mais um dia de pororoca indiana

Momentos de preparação para encarar mais um dia de pororoca indiana

Um garoto local, de cerca de 12 anos, nos guiou até o rio principal, o Hooghly. Devido a muita sujeira na turbina do jet ski, Masatoshi resolveu ficar em terra para que pudéssemos mapear as sessões que iríamos surfar nos próximos dias. A previsão para os próximos dias era que a baan ganharia muita força. 

Alô, polícia
No segundo dia, no entanto, começamos a operação sendo enquadrados pela polícia. Queriam que pagássemos uma taxa de autorização para navegar no rio. Uma de nossas lanchas foi apreendida no porto do Millenium Park, no centro de Calcutá. Para nossa sorte, a segunda lancha e o jet ski conseguiram sair antes de serem barrados. Com isso, Pato e Masatoshi dividiram a pilotagem e o surf no jet ski. Eu fiquei na missão de pilotar a lancha e treinar nosso piloto local para os próximos dias. Ao chegar num ponto nunca antes atingido por uma equipe em busca da baan, nossa lancha pifou e fui obrigado a ancorar numa das inúmeras boias de navegação, que marcam os canais do rio Hooghly. Tudo indicava que aquele era um porto seguro.

Kenyu Takahashi

Pato verticalizando na onda mais extensa da Índia

Pato verticalizando na onda mais extensa da Índia

Enquanto isso, Masatoshi e Pato seguiram em busca da onda para as primeiras sessões de cada um. Em alguns minutos o horizonte balançou e uma enorme esquerda começou a quebrar. O jet ski apareceu na sequência numa aceleração máxima em busca da onda que mudou de lado no canal levantando uma direita com cerca de 4 pés e vento terral. Enquanto assistíamos ao Masatoshi atacar a onda com o Pato, tive que cuidar da lancha para não sermos pegos de surpresa pela força da água que inundava o rio. Ao mesmo tempo, o telefone tocava com a ordem de retornarmos para a delegacia fluvial.

A polícia nos proibiu de buscar essas ondas no dia seguinte. Depois de muita negociação, pagamos uma multa e ficamos limitados a surfar apenas na seção central do rio Hooghly, pois as autoridades estavam com medo das condições extremas a que estaríamos submetidos. Mesmo que contrariados, teríamos que seguir as ordens para não sermos deportados e perder os outros dias de onda.

O terceiro dia foi marcado por uma direita perfeita, de 6 pés, quebrando com força e tubular, que foi apelidada de "Indianias". Em poucos segundos, porém, saímos do céu para o inferno. Yep, responsável por guiar as embarcações no canal, acabou encalhando na bancada rasa, protagonizando momentos de terror.

Kenyu Takahashi

Serginho Laus se preparando para cair na água

Serginho Laus se preparando para cair na água

As duas lanchas foram pegas pela onda, uma conseguiu se salvar, mas a segunda foi engolida pela baan, deixando Masatoshi, o fotógrafo Kenyu, o piloto e mais dois tripulantes em situação de risco. Com o jet ski, consegui resgatar os equipamentos de Kenyu e o piloto da lancha. Masatoshi, com sua prancha, se salvou. Pato resgatou mais um dos tripulantes e Kenyu saiu nadando para a margem. 

Com a experiência de muitos naufrágios na Amazônia, conseguimos ainda salvar a lancha, que ficou sem condições de ser usada nos dias seguintes. Graças a todas as orientações, não tivemos ninguém ferido, apenas histórias para contar.

Tsunami programado
Mais um dia se passava, e a vontade de domar a baan ficava cada vez maior. À noite, depois de vencer um trânsito intensamente tumultuado, enquanto saboreávamos a culinária local, ficamos sabendo que três embarcações locais foram pegas pela onda noturna e naufragaram. Quatro pessoas morreram.

Para surfar e registrar o maior dia da onda, tivemos que pensar numa nova estratégia. A equipe decidiu seguir para o ponto mais extremo do rio, onde os pescadores locais gritavam e alertavam para a onda gigante.

Kenyu Takahashi

A extensa onda na poluída Calcutá

A extensa onda na poluída Calcutá

Apesar das condições da qualidade da água no rio, quando a onda surgia, esquecíamos que estávamos em meio a muita sujeira, com direito a corpos de seres humanos e animais boiando, e corvos rodeando os cadáveres.

A recompensa estava por chegar. Os últimos dois dias foram perfeitos. Mesmo ainda desvendando os mistérios e bancadas do rio Hooghly, pudemos surfar com vento terral as melhores ondas de maré do mundo. O volume imenso de água que invadia o delta do Ganges era uma espécie de tsunami programado.

Entre navios cargueiros, Masatoshi desenhou linhas perfeitas, com muito estilo. Atirou-se em ondas perigosas e massivas. Perdeu alguns momentos, mas foi abençoado com outros. O mesmo para toda a equipe. A certeza era uma só: em meio àquelas bancadas, escrevíamos um novo capítulo da história do surf de ondas de marés, ou melhor, do surf mundial. Nunca fomos tão felizes.

Marco Brotto: o caçador de aurora boreal

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Marco Brotto

Você já conheceu um caçador de Aurora Boreal? Natural de Curitiba, Marco Brotto tem 44 anos e há quatro anos resolveu que viajaria atrás desses fenômenos. 

A curiosidade pela beleza das auroras surgiu quando um amigo que estava com ele no Death Valley (Vale da Morte, localizado no Deserto de Mojave - EUA) falou sobre as "luzes verdes do norte". "Isso atiçou a minha curiosidade e comecei a pesquisar, vi o quanto o assunto era lúdico", conta Marco.

A primeira aventura - ou "furada", como considera ele - foi no Alaska. "Eu sempre pesquiso pacotes com preços atrativos e apareceu um cruzeiro para lá. Fiquei feliz e imaginei que veria minha primeira aurora. Ledo engano, foi terrível". O curitibano conta que não conseguiu enxergar nada. 

Então, a estreia oficial foi na Noruega, quando viu o céu se enfeitar de cores pela primeira vez. "Foi muito difícil! Depois de dias nevando, de viagens de ônibus até o Norte de Tromso e de navio pelos fiordes, consegui ver aquele monstro verde sobre minha cabeça às três da manhã. Foi uma coisa inacreditável", lembra.

Marco Brotto

Ele enfatiza na grandeza do evento: "foi realmente um monstro. Tinha visto horas antes uma manchinha que não me satisfez. Ela veio pelas minhas costas e, quando percebi, o céu estava verde. A mancha dançava freneticamente de um lado para outro, primeiro verde depois rosa. Eu não sabia o que era aquilo, se estava seguro, se deveria ter medo… Mas tive medo sim, tive sensações diversas. Foi um turbilhão de emoções."

Depois de viver a sensação, Marco resolveu que aquela beleza deveria ser compartilhada com todos que não conheciam esse espetáculo da natureza. Ao postar as fotos de sua aventura, recebeu diversos incentivos para continuar atrás das belas auroras. Desde 2011, quando aconteceu a primeira viagem, o curitibano já coleciona 15 passeios feitos especialmente para as miragens. 

Finlândia, Dinamarca, Ilhas Faroe, Svalbard, Suécia, Rússia, Islândia, Canadá e Estados Unidos são alguns exemplos de expedições de sucesso. "Cada lugar tem suas características. Na Finândia tem Papai Noel, nas Ilhas Faroe a geografia e as ovelhas, na Islândia os vulcões e icebergs, Canadá os ursos polares…" 

Ele conta para a Trip que o lugar mais próximo do Brasil para avistar o fenômeno da Aurora Polar Austral seria na Antártida.  "É difícil chegar lá e não tem estrutura. Na Patagônia é até possível, mas aqui no sul a gente vê as auroras no horizonte, não é aquele espetáculo como no Círculo Polar Ártico."

Marco Brotto

Quanto à temperatura, sim, é bem fria. "Chega a congelar! Mas já vi aurora com temperatura mais alta do que está agora em Curitiba, 8 graus. Também já peguei uma semana abaixo de -40C", lembra Brotto.

As viagens sempre foram do gosto dele, que se considera um viajante nato. Os destinos diferentes também. Marco conta pelo menos 60 países em seu passaporte. Com tanto vai e vem, inevitáveis são os perrengues. "Já atolei sozinho nas cinzas de vulcão na Islândia e no Alaska com minha noiva. Passamos essa noite no carro, vimos aurora por quase 8 horas seguidas. Foi incrivel."

E por falar em noiva, não só de perrengues vivem as memórias de suas viagens. O noivado de Marco e Laurize se iniciou na noite em que ela viu primeira aurora de sua vida. "Ela é minha super companheira e todos os meus amigos me apoiam. Alguns acham que é brincadeira no começo e há quem estranhe. Talvez porque as pessoas correm atrás de dinheiro e poder em vez de realizar sonhos."

Novos amigos surgem conforme Marco se aventura, gente de todo lugar do mundo que divide a mesma paixão pelo fenômeno. No total, foram praticamente 100 noites, segundo ele, com auroras boreais. "Cada uma foi especial e única", diz. As viagens devem continuar e o desejo de Marco é "continuar levando brasileiros conhecer essa maravilha".

Prisões que se transformaram em pontos turísticos

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1. Como em Hollywood_ Imortalizada em Fuga de Alcatraz (1976), com Clint Eastwood, a prisão da Ilha de Alcatraz, em San Francisco, é uma atração disputada, administrada pelo National Park Service, órgão que cuida dos parques dos Estados Unidos.

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2. Prisão do fim do mundo_ Lá no sul da Argentina, um museu conta a história da cadeia construída em Ushuaia em 1902 porque o endereço anterior, na Isla de los Estados, era muito extremo. Entre as lendas do local, dizem que até Carlos Gardel passou ali.

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3. Uma noite na cadeia_ O hotel Karosta Prison, na Letônia, foi usado como prisão por nazistas e soviéticos e oferece aos hóspedes uma experiência completa, com grades de ferro e até exercícios físicos forçados. Para se hospedar, é preciso assinar um documento aceitando as condições.

4. A casa do Mandela_ A Ilha Robben, na África do Sul, foi usada por mais de 300 anos como lugar de cativeiro. O preso mais famoso, Nelson

Fotógrafa Autumn Sonnichsen: clicks da intimidade

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Oi, Mari,

Estou num avião de Helsinque até Tóquio. Pelo jeito, o caminho nórdico é o mais rápido. A menina sentada do outro lado do corredor é uma daquelas japonesas estilo perua total, com um acompanhante de Rolex dourado, viajando num vôo de 10 horas de shortinho, cílios postiços e salto dourado, lendo revistas de fofoca em japonês. Meu bem, pegar o avião de salto dourado! Ela me conquistou logo de cara.

Foram lindos esses dias em Paris com vocês. Quero ser sempre a babá quando vocês tiverem trabalho pra fazer na capital francesa. Fico tão feliz que vocês criaram uma criança que gosta de ir a restaurante – quando a levei pra almoçar, ela comeu todos os meus escargots, e tive que pedir mais senão ia ficar com fome. 
Depois a levei ao d’Orsay: é o museu em que mais fui na vida, ficava lá horas escrevendo sobre as pinturas na época da faculdade, inclusive sobre A origem do mundo, do Courbet. Tenho a impressão (que pode ser errada) de que as crianças absorvem a cultura por osmose, já que não prestam atenção nenhuma nas pinturas e acham demais subir e descer de escada rolante. Pelo menos elas estão perto da grandiosidade. Vou levá-la de novo quando for mais velha pra ver como absorveu isso.

Também fiz uma grande descoberta tecnológica: que o melhor aparelho para fotografar crianças é o celular. Nenhum bebê vai esperar você tirar a máquina boa da bolsa toda embrulhada. As gatinhas tremendo de calcinha, estilo kudu em safári, sim, elas esperam você arrumar a luz, o aparelho e tudo mais; as crianças, não. Também acho que o celular é o melhor jeito de registrar o sexo, que minha máquina é um trambolho e, até eu sair da sala para abrir a mala das câmeras e procurar as lentes que talvez quisesse usar, vocês já teriam gozado. Gosto tanto de ver essas safadezas de vocês e de ver essa criança linda que foi produto dessas safadezas amorosas. Quando vejo a pele de vocês e quando vejo a filha de vocês, penso: é assim que tem que ser.

Então deixo registrado: estou apostando no iPhone pra crianças e pro sexo. Eita epifanias da vida. Dicas tecnológicas.

Beijo grande, Autumn

DR.ME

*Autumn Sonnichsen, 31, é fotógrafa. Seu site é http://www.autumnsonnichsen.com

Neto, Luis Lobianco e Ana Cañas

Miá Mello, Eryk Rocha e muito samba

Expectativa x realidade: a neblina cobre a praia de Koh Lanta

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Expectativa X Realidade: o

Expectativa X Realidade: o ''filtro'' de poluição não estava no Instagram...


Estou na Tailândia, a duas horas de Phuket, o principal porto de partida para diversas ilhas. Meu destino é Koh Lanta, uma das mais paradisíacas da região. Ao desembarcar do ferry, tudo o que quero é pôr os pés na areia e olhar o azul intenso, viver as cenas perfeitas que vinha cobiçando no Instagram. Mas o que encontro não lembra nem de perto a vivacidade... das redes sociais. 

O problema é que chegamos a Koh Lanta no mesmo dia: eu, meu marido e a "haze", a estranha névoa que vem subindo desde a Indonésia, a cerca de 300km de onde estou. É densa, esbranquiçada, constante. Não se move como as nuvens de um dia nublado. Parece um difusor fotográfico. 

A névoa não é novidade para quem mora no sudeste asiático. É consequência das queimadas que “limpam a terra”; fogo ateado por produtores de óleo de palma (o dendê), celulose e papel. A prática de queimadas é ilegal. Com o aumento das áreas de plantio a partir de 1997, os surtos anuais começaram a atingir áreas cada vez maiores, segundo reportagem da ABC australiana. O fogo queima a floresta nas ilhas de Sumatra e Kalimantan geralmente entre agosto e outubro, ameaçando espécies e espalhando a fumaça pela região. 

Esta é a pior temporada de queimadas desde 2006, segundo o Global Fire Emissions Database. Nas últimas décadas, a poluição incomodava os vizinhos Singapura e Malásia. Mas na última sexta-feira ela chegou às Filipinas - quase 1.200Km distante dos incêndios, graças a um empurrãozinho do tufão Koppu, que passou pela região. 

Ao chegar a Koh Lanta, troco mensagens com uma amiga que mora em Singapura. Ela conta que as escolas interomperam atividades e que até os aeroportos têm fechado. Dor de cabeça, olhos ardendo e garganta queimando são sintomas comuns. “'Há meses não me exercito ao ar livre, não levo as crianças em parques ou na natação”, conta ela 

Parem com as queimadas

Em Koh Lanta, o problema se limita a ofuscar a paisagem. Mas no início de outubro, quando a haze avançou os limites da Tailândia, a região de Phuket registrou níveis de poluição superiores a 200 microgramas por metro cúbico – o aceitável é 120. A população foi obrigada a adotar máscaras por conta do risco de problemas respiratórios. 

A perspectiva não é boa. O El Nino acabou atrasando a temporada chuvosa, que começaria neste mês na Indonésia, e é a única saída para controlar as queimadas, já que os esforços dos governos da região são insuficientes. 

As imagens críticas proliferam nas redes sociais. No Instragram, a hashtag #indonesiahaze retrata o dia a dia esbranquiçado de quem está no sudeste asiático. Pelo Twitter, a #StopTheFires é mais um pedido de socorro para a região.


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